terça-feira, 28 de junho de 2011

Transgênicos... Comer ou não comer???

Essa pergunta, por vezes, já deve ter assombrado seus pensamentos, mas o que fazer? Em que ou em quem acreditar? Para que possamos clarear ou não as idéias vamos falar um pouco sobre o assunto.

TRANSGÊNICO


Transgênico é o nome dado aos organismos geneticamente modificados (OGMs), sejam eles animais ou plantas. Esses organismos sofrem modificações genéticas geradas pela transferência de características de uma espécie para outra, com um propósito pré-estabelecido, geralmente ligado a um nível maior de proteção as plantações, criando plantas mais resistentes a doenças causadas por insetos ou vírus, ou ainda mais tolerante aos herbicidas. Pode-se, também, desenvolver plantas que tragam benefícios aos homens.

É justamente esta mudança genética que tanto preocupam os consumidores e cientistas, pois o fato de se criar "novas" plantas, não se sabe ao certo, que efeito isso poderá causar em quem as consomem ou no próprio meio ambiente, a longo prazo.

O informativo nº31 publicado pelo Instituto Ecológico Aqualung, em maio/junho de 2000, traz em seu conteúdo os 10 maiores perigos dos alimentos transgênico para a saúde e para o meio ambiente. Nessa época o Brasil ainda não produzia OGMs, hoje ele é o 2º maior produtor de OGMs do mundo, só perdendo dos Estados Unidos. Mas as questões listadas já foram respondidas?

É necessário dizer, que o Governo Federal se mantém atento a esse novo cenário. Através da Lei nº 11.105 de 24 de março de 2005 foi criado o "Conselho Nacional de Biossegurança", constituído de 11 Ministros de Estado, com o objetivo de formular e implementar a Política Nacional de Biossegurança. Dentre suas atribuições pode-se destacar:
Analisar, a pedido da CTNBio, quanto aos aspectos de conveniência e oportunidade socioeconômicas e do interesse nacional, os pedidos de liberação para uso comercial de OGM e seus derivados;
Avocar e decidir, em última e definitiva instância, quando julgar necessário, sobre os processos relativos a atividades que envolvam o uso comercial de OGM e seus derivados.
Apreciar recurso dos órgãos de fiscalização e registro em relação a decisão da CTNBio.
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) é uma instância colegiada multidisciplinar de caráter consultivo e deliberativo, integrante do Ministério da Ciência e Tecnologia, constituída para prestar apoio técnico e de assessoramento ao Governo Federal na formulação, atualização e implementação da Política Nacional de Biossegurança (PNB) de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) e seus derivados, bem como no estabelecimento de normas técnicas de segurança e de pareceres técnicos referentes à autorização para atividades que envolvam pesquisa e uso comercial de OGM e seus derivados, com base na avaliação de seu risco zoofitossanitário, à saúde humana e ao meio ambiente.

Hoje o Brasil já tem 27 tipos de OGMs liberados, onde tem-se a soja (5 tipos), milho (15 tipos) e algodão (7 tipos), todos devidamente registrados e aprovados. Mas estes só foram liberados para o consumo pela CTNBio após ter sido exaustivamente analisados em termos de Segurança Alimentar.


O grande problema dos Transgênicos é que se trata de algo ainda muito recente e seus efeitos benéficos ou não só poderão ser confirmados com o tempo e com a gama de pesquisas enfatizando, não só o meio ambiente, mas principalmente os alimentos produzidos e o seu consumo contínuo.

No "Dicas de Saúde" do websitesaude, que fala sobre os transgênicos (ótima matéria), são mostradas as vantagens e desvantagens da produção dos OGMs, assim como de seu consumo.

VANTAGENS

  1. O alimentos pode ser enriquecido com um componente nutricional essencial. Um feijão geneticamente modificado por inserção de gene da castanha do Para passa a produzir metionina, um aminoácido essencial para a vida. Um arros geneticamente modificado produz vitamina A;
  2. O alimento pode ter a função de prevenir ou evitar riscos de doenças, através de plantas geneticamente modificadas para produzir vacinas, ou iogurtes fermentados com microrganismos geneticamente modificados que estimulem o sistema imunológico;
  3. A planta pode resistir ao ataque de insetos, seca ou geada. Isso garante estabilidade dos preços e custos de produção. Um microrganismo geneticamente modificado produz enzimas usadas na fabricação de queijos e pães o que reduz o preço deste ingrediente; Sem falar ainda que aumenta o grau de pureza e a especificidade do ingrediente e permite maior flexibilidade para as industrias;
  4. Aumento da produtividade agrícola através do desenvolvimento de lavouras mais produtivas e menos onerosas, cuja produção agrida menos e meio ambiente.


DESVANTAGENS

  1. O lugar em que o gene é inserido não pode ser controlado completamente, o que pode causar resultados inesperados uma vez que os genes de outras partes do organismo podem ser afetados.
  2. Os genes são transferidos entre espécies que não se relacionam, como genes de animais em vegetais, de bactérias em plantas e até de humanos em animais. A engenharia genética não respeita as fronteiras da natureza – fronteiras que existem para proteger a singularidade de cada espécie e assegurar a integridade genética das futuras gerações.
  3. A uniformidade genética leva a uma maior vulnerabilidade do cultivo porque a invasão de pestes, doenças e ervas daninha sempre é maior em áreas que plantam o mesmo tipo de cultivo. Quanto maior for a variedade (genética) no sistema da agricultura, mais este sistema estará adaptado para enfrentar pestes, doenças e mudanças climáticas que tendem a afetar apenas algumas variedades.
  4. Organismos antes cultivados para serem usados na alimentação estão sendo modificados para produzirem produtos farmacêuticos e químicos. Essas plantas modificadas poderiam fazer uma polinização cruzada com espécies semelhantes e, deste modo, contaminar plantas utilizadas exclusivamente na alimentação.
  5. Os alimentos transgênicos poderiam aumentar as alergias. Muitas pessoas são alérgicas a determinados alimentos em virtude das proteínas que elas produzem. Há evidências de que os cultivos transgênicos podem proporcionar um potencial aumento de alergias em relação a cultivos convencionais.

Apesar de todas as informações disponíveis no mundo vasto da internet, ainda fica a dúvida se os transgênicos são uma opção confiável ou não. Mas o consumidor tem, pelo menos a opção de escolha, uma vez que o Brasil já regulamentou o setor de rotulagem dos transgênicos pelas seguintes legislações: Decreto nº4680/2003, Portaria nº2658/2003 e Instrução Normativa nº 01/2004. Os alimentos produzidos a base de OGMs ou que tragam em sua composição algum ingrediente dessa natureza devem conter em seus rótulos o símbolo e a expressão "Produzido a partir de XXXX transgênica" ou ainda " contem ingrediente transgênico". 




Mas para os que são adeptos a uma alimentação tradicional, pois acredita que ainda existam poucos estudos sobre o assunto os alimentos não transgênico também podem ser identificados, pois a maioria dos produtos, adotou o fato de não ser transgênico como um slogan.


Esta é uma nova cultura, que logo logo estará sendo disseminada com mais veemência e os profissionais da área de alimentos devem estar preparados, pois os antigos produtos ganharão novas característica, tornando-se "novos" alimentos. Muitos estudos, muitas pesquisas precisam ser realizadas e devem começar já, pois a evolução tecnológica não para e todos teremos que a acompanhar. Os OGMs trazem um mundo novo de possibilidades, de sabores, cores, odores, resistência, novos processos, ou seja, trabalho não faltará!

Por essas e outras continue focAlimentos!!!

ps: Desculpa a demora na postagem, tive uns probleminhas técnicos... =/

Um comentário:

  1. Valeu a pena esperar!
    Parabéns pela gama de informações contidas no post!
    Quem não sabe o que era transgênicos...agora saberá com certeza!
    focAlimentos \o/

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